A efemeridade de um momento eterno...ou vice-versa...

E ainda de manhã mesmo, na hora do chuveiro, começa aquela famosa paranóia-parapsicológica-pré-primeiro-encontro: “Pô, como será que vai ser hoje à noite?”; “Hum... seria bom se desse pra adivinhar exatamente o que vai acontecer mais tarde!”. E haja bola de cristal, cartomante, meditação, leitura de mãos e tudo mais que tem direito. A questão, é que nada disso adianta. Na hora, além de tudo acontecer diferente, não se passa nem perto de lembrar das “adivinhações” da manhã. Mais tarde, o apetite vai embora na hora do almoço e os níveis de adrenalina só tendem a aumentar numa escala que beira a catástrofe conforme o ponteiro do relógio vai avançando.
Sempre rola tentar distrair com alguma coisa. Trabalho? Nem pensar. O chefe vai ficar aborrecido, e é capaz até de mandar passar no departamento pessoal porque nada que se tente fazer vai merecer tanta atenção, a menos, é claro, que se trate do evento de logo mais à noite. Dormir pro tempo passar logo? Hum.. é uma tentativa... mas agora, a cama vai parecer que é feita de pedra e a cabeça, um grande redemoinho de imagens, sons, lembranças e desejos.
As possibilidades são muitas, mas, na maioria dos casos, o que vai acontecer mais tarde é que, pra não tremer tanto nas bases, vai rolar aquela Skarloff, ou aquela dose de Red-Black--Blue Label dependendo da grana, ou até mesmo uma boa e velha dose de cachaça pra dar uma moral e fazer o cérebro não ligar pro friozinho na barriga que vai batendo quando a hora se aproxima. Um chiclete definitivamente. Chiclete inibe um pouco a ansiedade, e mantém o cérebro ocupado por algum tempo.
Serão seis camisas antes daquela que vai ser escolhida pra sair; três pares de sapatos antes de calçar o tênis; dez minutos escovando os dentes (façanha que nem as mães conseguem ao longo de uma vida inteira!); meia hora de espelho (e depois dizem que isso é especialidade das mulheres...) arrumando o cabelo; mais meia hora escolhendo a trilha sonora que vai tocar no carro; e uma rápida manobra de volta pra casa depois de já ter saído, porque sair sem passar perfume é um crime inafiançável numa hora crucial como essa, digno até de prisão perpétua.
Então começa a chegar a parte engraçada da história. O tempo, que antes se arrastava, agora está correndo contra. Assim como o trânsito e todos os sinais, que, pra variar, estão vermelhos. Não pega bem chegar atrasado no primeiro encontro. Melhor mesmo, é chegar antes e esperar. Pra quem já esperou o dia inteiro, isso vai ser moleza. A espera quase sempre se estende um pouco mais, porque as mulheres têm um álibi perfeito. Para uma mulher, chegar atrasada num encontro cerca de dez ou vinte minutos, é sinal de charme e deve ser perfeitamente compreendido assim pelos homens. Fica a dica.
Então, a bendita hora chega. O momento mais esperado. Os dois estão frente a frente. Ele está segurando a porta do carro que está aberta pra ela (mulheres, se um homem no primeiro encontro não abrir a porta do carro, fujam!) e na cabeça dele, absolutamente nada, nadinha daquilo que ele passou o dia inteiro arquitetando. Ele cometeu o erro que todos os homens cometem, sem exceção. E não há remédio pra isso. Ele esqueceu da kriptonita de todos os super-homens, e foi arrebatado aos céus em corpo e espírito pela beleza que ela irradia em câmera lenta. Seu sorriso, seu perfume, seus cabelos, seu charme... Ela rouba completamente a atenção daquele minuto pelo qual ele tanto esperou e se preparou. Nocaute. Naquele mísero minutinho ela impera absoluta. Faltam palavras. A garganta seca e os olhos nada mais querem, além de registrar aquela visão. É aí então, que em silêncio, ele deseja de todo coração, que esse momento raptado do tempo seja eterno.
Eterno para sempre.
Nossa Be, + q coisa + linda foi essa hen?!
ResponderExcluirFoi tão perfeita a sua descrição q até parece q assisti a um filme de alguns minutos!!!
Esta sua parte... euzinha não conhecia mesmo, nem fazia idéia.
Já fiquei + ainda sua fã :)
PARABÉNS...
Bjoks no coraçãozinho e fica com Deus :*s
Puxa, muito bom!
ResponderExcluir=]
Vamos lá...
ResponderExcluirMais uma vez você me deixa sem palavras. A descrição tá impecável.
Bom mesmo é saber que os homens são tão ansiosos quanto nós, mulheres.
Eu pelo menos começo a fantasiar tudo a partir da hora que o encontro é marcado. Aí rola shopping, salão, reunião com as amigas... Sem falar nas noite mal dormidas, no estresse, no frio na barriga...
E na hora agá, sai tudo diferente. Você se acha gorda com a blusa que tinha escolhido, esquece as frases que tinha ensaiado... E ainda sim, sai tudo melhor que o esperado [ou não!].
Beijos amore!
E quando vc finalmente consegue beijá-la....
ResponderExcluirFilha da puta tem um mau hálito maldito!!!
vaaaalame me livra dessa fossa!
(aquele q tira todo o romantismo do texto)
Adeus Sonic!
Tb estou sem palavras, apenas com a descrição de tudo que vc escreveu na minha mente!
ResponderExcluirParabéns pleo texto...
não sei se já te falei, mas vc arrebenta.. Admiro vc, todos os seus textos e citações estão 10!
ResponderExcluirProfessorrrrr que isso!?
ResponderExcluirSe vc aceita sugestão, no próximo Festival do Minuto inscreva-se por favor, prometo que serei uma das milhares de pessoas que assistirão a seu pequeno filmeto....hehehe.
Beijãoooooo.